Na água limpa de um regato, matava a sede um cordeiro, quando, saindo do mato, veio um lobo carniceiro.
Tinha a barriga vazia, não comera o dia inteiro.
Tinha a barriga vazia, não comera o dia inteiro.
– Como tu ousas sujar a água que estou bebendo?- rosnou o Lobo a antegozar o almoço.
– Fica sabendo que caro vais me pagar!
– Senhor – falou o Cordeiro – encareço à Vossa Excelência, que me desculpeis mas acho que vos enganais: bebendo, quase dez braças abaixo de vós, nesta correnteza, não posso sujar-vos a água.
– Não importa. Guardo mágoa de ti, que ano passado, me destrataste, fingido!
– Senhor – falou o Cordeiro – encareço à Vossa Excelência, que me desculpeis mas acho que vos enganais: bebendo, quase dez braças abaixo de vós, nesta correnteza, não posso sujar-vos a água.
– Não importa. Guardo mágoa de ti, que ano passado, me destrataste, fingido!
– Mas eu nem tinha nascido.
– Pois então foi teu irmão.
– Não tenho irmão, Excelência.
– Chega de argumentação. Estou perdendo a paciência!
– Não vos zangueis!
– Senão foi teu irmão, foi o teu pai ou senão teu avô. Disse o Lobo carniceiro.
E ao Cordeiro devorou.
Moral: Jamais discuta com um insensato.




